terça-feira, 21 de agosto de 2012


Falta Gol na Festa do Gigante

Há 114 anos atrás, o Brasil e o mundo ganhava um gigante do futebol: o Clube de Regatas Vasco da Gama. Primeiro clube brasileiro a ganhar um título internacional, o Sul-Americano de Clubes Campeões de 1948, quatro vezes campeão brasileiro  e pioneiro em aceitar negros no time, o clube cruzmaltino tem uma história gloriosa que pode se orgulhar.

Mas na semana do aniversário, a derrota para o arqui-rival Flamengo deixou a torcida preocupada. A paciência, que veio minada pelo incrível empate contra o Coritiba, está ainda mais curta com a derrota desse domingo. O que há de mais preocupante nesses dois jogos é a falta de capacidade na criação de jogadas ofensivas.

Desde a compra dos direitos de Éder Luis
junto ao Benfica, o atacante tem decepcionado  
O momento não condiz com a "tradição" vascaína. Os três maiores artilheiros da história do Brasileirão são ídolos do clube da “Cruz de Malta”. O primeiro é o atual presidente do Vasco, Roberto Dinamite, com 190 gols. Logo atrás vem Romário, com 154 gols e em terceiro, o atacante Edmundo com 153. Bons números no passado, dados nem tão animadores no presente.

A dupla de ataque do Vasco está em má fase: Éder Luis caiu de produção drasticamente e não é sombra do atacante veloz do ano passado. Além de perder Fagner, para fazer suas jogadas pelo lado direito do ataque carioca, Éder teve problemas físicos que prejudicam seu desempenho. Esse ano são 28 jogos e apenas 4 gols.

O outro responsável por balançar as redes é o ex-artilheiro do Brasileirão, Alecssandro . Começou bem o Campeonato Nacional, com oito gols em 13 jogos, mas já são seis partidas sem comemoração e sem careta.O último gol foi no clássico contra o Botafogo, em que o Vasco ganhou de 1 a 0.

Já na parte de criação tudo cai nas costas do craque veterano Juninho Pernambucano. Ele ajuda na passagem de bola da defesa para o meio de campo, e também tem que fazer o último passe. O “Reizinho” é diferenciado, mas não é dois para dar conta do recado sozinho.

O recém chegado Wendel ajuda nessa transição de bola para o ataque, mas não com o mesmo brilho do camisa oito da colina. Felipe marcou um gol no empate contra o Coxa, mas não anda fazendo o que se espera dele: o passe decisivo. A última assistência dada pelo “Maestro” foi na vitória sobre a Ponte Preta, na sétima rodada.

Resultado disso é que faltas e escanteios se tornam a única (e previsível) jogada de ataque do time da colina. No mês de agosto, o Vasco fez apenas quatro gols (dois na vitória contra o Sport e mais dois no empate com o Coritiba) e passou em branco contra Corinthians, Atlético-MG e Flamengo. Metade dos gols marcados nasceram de bola parada com Juninho.

O único que mostra um aumento de produção é Carlos Aberto, que assume a camisa 10 (que estava sem dono desde Diego Souza) e já parece ter status de titular. Parece. Porque não se sabe bem o que se passa na cabeça de Cristovão Borges, mas isso é assunto pra outro post...

São 114 anos de história, conquistas e alegrias. Mas se o atual elenco quiser seguir a tradição do Gigante, o primeiro passo é voltar a fazer a especialidade da casa: gols.

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