domingo, 29 de julho de 2012






 Raposas, Porcos e o Ataque em Comum

A fartura de clubes de historia e grandeza no futebol brasileiro dá oportunidade de apreciar rivalidades não-locais fascinantes. Nesse domingo (29 de julho), mais um capitulo de uma dessas disputas foi feito com Cruzeiro 2 Palmeiras 1, pela décima terceira rodada do Brasileirão.

Com o resultado o time mineiro sobe para quinto colocado com 23 pontos. Já o Palmeiras volta para a zona de rebaixamento, com 10 pontos, na décima oitava posição. A partida só teve gols de atacante: dois gols de Borges pelo Cruzeiro e Hernán Barcos descontou, de penalti, para os visitantes. 

O confronto, aliás, tem o histórico de contar com gols em praticamente todas as partidas. Em 71 jogos entre Palmeiras e Cruzeiro, somente em sete oportunidades nenhuma das equipes balançou a rede.

Essa fartura de gols das equipes em confronto direto tem um ponto interessante: vários atacantes já jogaram pela Raposa e pelos Palestrinos durante a carreira. Uns deixam mais saudades outros nem tanto, mas a lista é extensa.

O próprio Wellington Paulista, hoje no Cruzeiro, já figurou no ataque do Palmeiras ano passado. Apesar de não ser unanimidade em nenhuma das duas torcidas, o atacante é o artilheiro da raposa celeste nesse Brasileiro.

A lista dos goleadores "partilhados" entre os dois clubes conta com alguns nomes de prestígio. Por exemplo, as trancinhas mais inesquecíveis do futebol brasileiro (não, não estou falando de Dênis Marques), Oséas esteve no Palmeiras entre 97 e 99, período de grandes conquistas do time no cenário nacional ( Copa do Brasil e Mercosul de 98 e a Libertadores de 99).  Já no Cruzeiro ajudou o time a conquistar a Copa do Brasil de 2001, único ano em que atuou com a camisa celeste.

Até o melhor jogador do mundo de 1999 já jogou em Minas e São Paulo por essas escuderias. Rivaldo esteve na conquista do Campeonato Brasileiro de 94 pelos alvi-verdes, onde jogou de 1994 até 1996. Já em Minas conquistou o Campeonato Mineiro de 2004. Vale destacar que o atacante de Seleção Brasileira não deixa muitas saudades pelos arredores do Mineirão. Tido como a grande contratação do time mineiro pra temporada, acumulou atuações fracas, perdeu na sua estreia para o "temido" Valério Doce e só fez gol na sua décima partida pelo clube.

Há quem seja ídolo em ambas torcidas, mas está mais vivo na memória dos mineiros. O time que tem orgulho de ostentar a tríplice coroa, liga essa conquista ao craque da meiuca Alex. Estamos falando só sobre atacantes, mas Alex é muito importante para deixarmos ele de lado.

O atual jogador do Fenerbahce participou do mágico ano de 2003 em que o Cruzeiro ganhou Copa do Brasil, Brasileiro e o Estadual, além de ganhar o estadual do ano seguinte. Sua história pelo Palmeiras não é menos grandiosa: participou das mesmas conquistas que Oséas tem pelo clube e ainda o torneio Rio-São Paulo de 2000.

Ao todo são três passagens pelo Palmeiras, 241 partidas, 78 gols e 56 assistências. No Cruzeiro ele teve quase metade de partidas que teve no rival, mas com um aproveitamento melhor: 121 jogos, com 64 gols e 61 assistências.

Voltando aos atacantes, não podemos esquecer do atual atacante do Grêmio, Kleber. O "Gladiador" esteve envolvido em polêmicas quando estava no Cruzeiro por não esconder a forte ligação que mantinha com o clube do Palestra Itália. Isso não o impediu de acumular bons números pelo time celeste: 38 gols em 60 jogos, uma média de 0,63 gols por partida. O artilheiro do Brasileirão 2012, Alecssandro do Vasco, tem média de 0.61.

Pelo Palmeiras foram 77 partidas e 34 gols, sendo o aproveitamento de apenas 0.44 gols por partida. No quesito títulos, Kleber está igual pelas duas equipes: conquistou o estadual de 2008 e pela Raposa, o Mineiro de 2009.

A lista segue com outros goleadores. Veja quem também já teve a missão de balançar a rede por Cruzeiro e Palmeiras:



Alex Alves
Ortigoza


Oséas

Rivaldo
Keirrison

Robert

Kleber "Gladiador"

Wellington Paulista
Alex



Faltou algum Jogador na lista de atacantes? Fala aí nos comentários:
Quem deixou mais saudades para o Cruzeiro ?
E para o Palmeiras?
Comentem galera, futebol, aqui,
é para se discutir
;)

quinta-feira, 26 de julho de 2012

Nomes Mágicos e a Pressão


Ronaldinho Gaúcho,Seedorf, Juninho, Dedé, Neymar. Uns mais novos, outros mais rodados mas qualquer roda de bar em que se esteja falando de futebol, esses nomes são conhecidos por todos.

São craques. Qual a importância de um craque para o time?

O meu caro leitor dirá: dar um passe de qualidade, dar medo nos adversários, render dinheiro para o clube…

E você está absolutamente certo !

Mas o convido a ver uma outra função importantissima para esses astros.

Os novatos, meu caros, jogadores novos, que tem a possibilidade de jogar ao lado de algum dessas estrelas são privilegiados. Sem falar na possibilidade de aprender com ele dentro de campo, jogadores inexperientes não contam com uma dificuldade para quem joga futebol: PRESSÃO.

Os casos estão à nossa frente: O Vasco está a quatro partidas sem levar gols (contra Atlético-GO, Santos, São Paulo e Botafogo). E, para quem viu os jogos, sabe que isso não é só mérito do Dedé… Wendel estreou contra o São Paulo e vem jogando bem, assim como o Nilton. Mas um nome “desconhecido” tem sido seguro e eficiente na zaga: Douglas.

O único zagueiro do Vasco que entrou em campo e não levou gols no Brasileirão, só é titular por Rodolfo estar machucado e Renato Silva com problema de documentação. Mas jogou bem e sem PRESSÃO. Porque? Porque tem Dedé ao lado. O melhor zagueiro ( e melhor jogador do Vasco) do ano passado é ídolo, atrai a atenção, a torcida olha muito pra ele e pouco pro Douglas. Eu poderia falar também dos milhares de benefícios que o ídolo cruzmaltinho Juninho e o Felipe dão ao clube, mas isso fica pra outro post…

Olhem a estréia da Seleção olimpica de futebol masculino: duas assistências de Oscar. Apesar de Londres (e boa parte do mundo, fora o Chelsea) só enxergarem Neymar, Oscar foi um dos melhores em campo. Foi assim no mundial da seleção sub-20: Neymar já era astro, mas foi Oscar que fez 3 gols na final contra Portugal e deu o título ao Brasil.

A torcida espera de Neymar, quem tem um mundo aos seus pés e uma pressão enorme sobre os ombros. Fica mais fácil para quem está do lado se destacar sem ser cobrado por 180 milhões o tempo inteiro.

Talvez isso tenha feito Kaká jogar muito melhor que Ronaldinho em 2006, quando era um “coadjuvante” . Aliás, Ronaldinho já passou pelos dois lados da moeda.

Ele já foi novato e arrebentou na copa de 2002, em que Ronaldo Fenômeno era o centro das atenções. Era um novato sem pressão que deu muito certo. Em compensação não aguentou ser astro de 2006, assim como não aguentou ser o “cara que carrega o time nas costas” do Flamengo.

Mas olhem a ponta do Brasileirão e o Galo está lá. Não que ele seja o destaque do time, mas com um nome como Ronaldinho Gaúcho, poucas pessoas imaginariam que o Bernard resolvesse como está resolvendo.
O meia de 19 anos não marcou nenhum gol no ano passado em 23 partidas pelo Beasileiro. Esse ano, além das boas atuações e assistências, fez 3 gols em 11 jogos pelo Campeonato Nacional. Ano passado o Atlético guerreava contra o rebaixamento, vivia sob PRESSÃO. Esse ano, com as contrações e com a boa campanha, Bernard tem tranquilidade suficiente para mostrar seu futebol.

Outro jogador novato também ja se beneficiou da estrela de R10. Em 2003/2004 Lioneu Messi ( ‘la pulga’ como era chamado) dava seu primeiros passos no time principal do Barcelona. Justamente quando Ronaldinho saia do Paris Saint Germain e preparava terreno para ser o melhor do mundo nos dois anos seguintes (com méritos de sobra).

Com a pressão em cima de um conglomerado de estrelas ( Xavi, Iniesta, Giuly, Etoo..) Messi podia errar por ser um jogador novo no time, pouca experiência, tinha outros caras para resolverem o jogo. Mas ele não é de errar… E aí se tornou o melhor do mundo, pelos próprios méritos, mas com essa “forcinha” do antigo “Showman”.

A torcida, os jornais, as manchetes, são de caras que tem nome. Aos qualificados jogadores que ainda não alcaçaram esse patamar, a visibilidade que esses astros atraem é bem interessante.

Não tenham dúvidas: com o Seedorf, vai ser a mesma coisa. Mesmo que ele não jogue a barbaridade que fez dele o que ele é, os outros jogadores de qualidade do Botafogo ( coloquem na conta Andrezinho, Fellype Gabriel, Elkerson e Lordeiro, que está chegando) vão render muito mais do que renderiam sem ele.

Eu sei, craques tem que aguentar pressão, não podem “pipocar”… Mas nascimento de craques e o desenvolvimentos de ótimos jogadores, são facilitados por caras mais “experientes”.

PRESSÃO, senhores, craques tem o mágico poder de atrai-la. Mas mágicos, com bons assistentes de palco, fazem o circo inteiro ir bem mais longe.