terça-feira, 7 de agosto de 2012


O Amarelo da Seleção é “Amarelo-Pequim”

Antes de mais nada: o blog é essencialmente de futebol, mas não tem como não falar da vitória do Brasil sobre a Rússia, hoje, no vôlei feminino.

Vibração da equipe foi fator importante para que o
Brasil superasse a seleção da Rússia
Não dá para não falar de como a atacante Sheilla começou mal no jogo e depois carregou o time nas costas no tie-break. Ah sim, tem que se falar que a arbitragem vacilou muito. Mas o Brasil foi maiúsculo, gigante e grandemente amarelo.

O primeiro set foi da Rússia, o Brasil empatou no segundo. A Rússia fechou o terceiro fazendo 2 a 1. No quarto set a seleção voltou a empatar. Faltava o tie-break, set decisivo de apenas 15 pontos.

Era para ser só 15 pontos: o jogo foi tão equilibrado que foi fechado em 21 a 19 para as brasileiras.

A meia de rede Thaísa foi maior do que seus 1.96 metros, pontuando bem durante todo o jogo. Fernanda Garay, além de concluir com sucesso as bolas que eram levantadas para ela, fez dois pontos de saque decisivos no tie break.

A ponteira Sheilla vinha com aproveitamento abaixo dos 20% até o último set. Guardou tudo para o final: foi a melhor jogadora do Brasil, virando três bolas seguidas em lances que, se ela errasse, a Rússia ganharia a partida.

E tinha tudo para dar errado:

1- O Brasil jogou mal na fase classificatória e perdeu para a Coréia do Sul e dos Estados Unidos. Ganhou da China, Sérvia e Turquia. Precisou que a seleção Norte Americana ganhasse da Turquia para se classificar. Sem confiança e jogando contra um time com jogadoras incríveis como Sokolova e Gamova, a expectativa não era boa;

2- A arbitragem foi falha. Deixou de marcar uma infração da Rússia por pisar na linha dos três metros e depois marcou “bola fora” num ataque brasileiro nitidamente dentro da quadra russa. Os dois erros aconteceram no tie-break e poderiam prejudica fatalmente o Brasil;

3- As meninas do técnico Zé Roberto já haviam “amarelado” na semifinal olímpica de Atenas, em 2004, e nas finais dos Mundiais de 2006 e 2010.  Daí veio a fama de que o time brasileiro não sabia jogar em momentos decisivos e que não ganhava da seleção russa.

Mesmo assim, sob diversas adversidades, a seleção nacional tirou seis mach points da Rússia no último set e passou para as semifinais contra o Japão.

As parciais do jogo foram 24/26, 25/22, 19/25, 25/22 e 21/19 no último set.

“Foi bom para tirar o estigma que o Brasil não ganha da Rússia. Em Pequim, ganhamos de 3 sets a 0 sem que elas fizessem 17 pontos em nenhum set”, foi o desabafo do técnico Zé Roberto após o jogo.

Jogadoras chorando, técnico emocionado... Sem dúvidas que estar a um ponto de ser eliminado por seis vezes seguidas, e mesmo assim virar o jogo, será um momento para impulsionar a seleção brasileiro para o ouro.

Somos atuais campeões do vôlei feminino. Depois de um cenário improvável, o Brasil ganha força na fase final das Olimpíadas. Parabéns para as meninas. Que o amarelo da seleção de 2004 seja esquecido, mas que a seleção de amarelo que continue com o tom de Pequim.

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